segunda-feira, 8 de março de 2010

À Mulher...

"Mulher!
Luz criada numa sombra abandonada
Refugio perdido, Porto de Abrigo
Coração que lava a lava derramada num rosto de criança

Caminhas com a subtileza de uma brisa
Entranhada sorrateiramente nos moldes da vida
Erguida no porte altivo das Esfinges
Espalhas a graciosidade agreste das Meretrizes

Quando soltas os cabelos de cetim
Um desejo trovejante vibra num mundo sem fim
E uma lufada de odor a amoras quentes
Invade o sangue acordando amores dormentes

Pele que cintila como mar de fogo ao luar
Olhos brilhando a cores inconstantes
Como sóis irradiantes em eclipses cortantes
São faróis que guiam náufragos atormentados
No breu dos dias enviuvados

Os contornos da tua alma são precipícios para abismos de emoção
E no núcleo afluem lagos alagados por mil folhas flutuantes
Ternamente embaladas pelos berços das correntes cortantes

E por cada folha caída, uma história cravada, um rio transbordante, uma cratera em
ebulição, uma colina escalada, uma floresta desbravada

Para no crepúsculo salvador,
em teus mansos braços, a humanidade desvendar a ilha onde
potentes explosões aniquilam a dor
Mulher! "

2 comentários:

  1. Adorei ler-te. Só um grande homem faz uma homenagem desta natureza. Por ser mulher, pela parte que me toca, um obrigada do tamanho da distância que vai daqui até aí.

    Um abraço fechado.. Lu!

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